quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Real Teatro de S. Carlos em Lisboa

(Imagem mais antiga que se conhece do Teatro de S. Carlos)

Com a destruição, em 1755, do Teatro do Paço da Ribeira, deixou de haver em Lisboa um espaço que fosse digno de encenar as pompas régias.
Foi o intendente Pina Manique, antigo homem de confiança do Marquês de Pombal, que conseguiu da coroa a autorização para a construção do teatro S. Carlos, em 1792, justificando-o como uma fonte de receita para a Casa Pia, por ele fundada em 1780.
Os grandes financiadores da obra foram Joaquim Pedro Quintela, Anselmo José da Cruz Sobral, Jacinto Fernandes Bandeira, António Francisco Machado, João Pereira Caldas e António José Ferreira Solla, burgueses prósperos que tinham feito as suas fortunas como comerciantes de diamantes, tabaco e sabões.
O projecto é do arquitecto José da Costa e Silva e tem alguma semelhança com o San Carlo de Nápoles (1737). As obras começaram em 8 de Dezembro de 1792 e a inauguração ocorreu a 30 de Junho de 1793 com a ópera La Ballerina Amante de Cimarosa. A rapidez da construção deve-se ao empenho pessoal de Pina Manique que supervisionou os trabalhos e a importação dos materiais necessários, tendo sido a mão-de-obra muito em conta, já que eram os presos que se encontravam sob a sua custódia nos calabouços da polícia que a constituíam.
A fachada apresenta traços neoclássicos, de acordo com a Lisboa pombalina e embora o seu traçado arquitectónico seja um exemplo do urbanismo burguês da época, a sala de espectáculos é desenhada como um espaço aristocrático, de representação oficial, fortemente hierarquizado nas suas cinco ordens de camarotes e com uma tribuna real de rara imponência, porventura sem paralelo em teatros públicos desde o século XVIII.
A sala foi concebida de forma elíptica de modo a que, sendo os focos respectivos no proscénio e no lugar do rei, a acústica fosse perfeita.
Seguindo o modelo do teatro italiano, a sala servia principalmente para o bel canto e usava-se quase exclusivamente a língua italiana. Mesmo os compositores portugueses eram obrigados a escrever em italiano (por exemplo a ópera A Serrana de Alfredo Keil, 1899)
Ao longo dos anos fizeram-se obras que alteraram a sala, conduzindo à perda de alguma qualidade acústica; no entanto mantém os traços originais.

(Teia do teatro de S. Carlos)

A próxima ópera que o São Carlos apresentará, será La Clemenza di Tito, de Mozart, entre 21 de Fevereiro e 1 de Março.


Da nossa correspondente Sofia.


NOTA: as duas fotografias não identificadas representam a sala do S. Carlos e a obra O Real Theatro de S. Carlos de Lisboa, de Fonseca Benevides

5 comentários:

Anónimo disse...

posso dar uma opiniao??
sem obter resposta vou dá-la na mesma.
é assim os seus post sao extremamente interessante e de valiosa ajuda cultural, mas eu acho que sao assim um bocadinho para o grande, assim so um bocadinho pro extensivo. será que nao da para encortar a coisa? já que nos obrigou a escrever um texto jornalistico com 100 palavras a bruxinha podia tentar fazer o msm exercicio! ahm k axas da ideia? bestial certamente.

cumprimentos infernais e ardentes

Anónimo disse...

hoje é o meu dia de sorte e de todos os meus condiscipulos. dia 13. e apesar de nao ser sexta feira 13. acho que o meu dia e numero eleito tb tem direito de ter algo de irreverente aqui exposto nao acha cara bruxa???
afinal 13 é o numero magistral e de cariz sortudo de todo o nosso projecto.

muahahahah.

infernalidade eterna

A Bruxa das PAPs disse...

Amigo Lúcifer,
pode dar todas as opiniões que quiser: este espaço infernal foi criado para isso mesmo...
Já quanto à opinião expressa, a Bruxa tem algumas coisas a dizer:
1. - Não seja preguiçoso!
2. - Leia, leia e torne a ler: talvez um dia deixe de fazer tantos erros...
3. - a Bruxa não precisa de "graxa"
4. - A Bruxa não tem a menor dificuldade em escrever textos com 100 palavras. Mas, o problema é que a Bruxa quer dar-vos informação com um mínimo de qualidade e que valha a pena. Se é para encher chouriços, a Bruxa sugere que vamos todos trabalhar para um açougue.
5. - O seu dia de sorte porquê? Conte lá e a Bruxa vê o que pode fazer. Sabe quando é a próxima sexta-feira, dia 13? Nesse dia, a Bruxa publica um texto sobre a triscaidecafobia (vá ver ao dicionário!)
6. - Não seja preguiçoso!

Anónimo disse...

Grande Bruxa! Será muito caro um bilhete para uma óperazinha no São Carlinhos? Eu não fui ao Das Marchen, já ouvi dizer que não foi assim grande coisa, apesar dos 2,5 milhões de euros gastos, mas adorava ir a uma ópera... Nunca fui!

Caesar
(No meu tempo não havia!!)

A Bruxa das PAPs disse...

Olá Imperador, ave!
Infelizmente, a ópera é um espectáculo caro. Se bem que, por vezes, seja possível arranjar uns bilhetes mais baratuchos. mas nunca são 100% baratos... O que pode fazer é dar corda às sandálias e ir visitar o teatro de S. Carlos. Telefone para lá e dão-lhe o horário das visitas. Garanto que não se vai arrepender!