Não foi mentira, foi a sério. Com sério foi o seu papel no teatro português durante esses 30 anos. Diseur como poucos, entendia a poesia na sua essência e o cuidado que tinha com a língua portuguesa valer-lhe-ia – que outras coisas não houvesse! – um lugar ímpar. Actor multifacetado, criou uma miríade de personagens sempre diferentes, sempre tocantes. Do riso às lágrimas, da ternura à provocação, tocou toda a escala de emoções e sentimentos sempr
Profundamente envolvido na sociedade em que viveu, em 16 de Novembro de 1995 anuncia a sua intenção de se candidatar à Presidência da República e durante algum tempo faz campanha a partir do palco: Ao contracenar com Marcelo Mastroiani descobri que não conseguiria ser o Maior Actor de Portugal, da Europa e do Mundo, de Teatro e Cinema; o mais popular Cómico do país e com maior unanimidade; ter um lugar em Hollywood; [...] representar em francês, espanhol, inglês ou japonês. Desiludido e revoltado decidi encetar carreira mais fácil, menos efémera e com reforma assegurada: Presidente da República de Portugal, Açores, Madeira, Macau e Timor-Leste.
Deixou-nos momentos inesquecíveis nas várias formas de expressão que escolheu utilizar. A Bruxa recorda um espantoso Godot (com o Santos Manuel, que vocês bem conhecem!) de que disse: Beckett salvou-me a vida!! [...] Sempre estivemos, estamos e estaremos à espera de Godot. Foi essa a opção da minha encenação: pôr todos à espera de Godot...
De cultura vastíssima e humor corrosivo, deixou-nos discos, filmes, programas de televisão para que, nós os que o conhecemos possamos mostrar-vos um pálido reflexo do que foi Mário Viegas.
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