quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Craiova


A Bruxa é de opinião que, sendo Portugal cada vez mais um país de acolhimento e Cascais o concelho do país que tem o maior leque de proveniências dos seus habitantes em todo o Portugal, deveríamos todos tentar conhecer-nos um bocadinho melhor. Por isso, falou aqui, falou ali e começou a receber alguma informação. Da nossa correspondente romena recebemos o texto sobre a sua cidade, que a Bruxa passa a publicar.



Localização: Roménia/
Concelho: Dolj
Presidente da câmara: Antonie Solomon (Partido Democrata)
Área: 81.4 km/
População(2006): 299,200/

Craiova, a quinta maior cidade romena e capital do condado de Dolj, situa-se perto da margem Leste do rio Jiu na Oltenia central. É um centro político antigo e encontra-se a distâncias aproximadamente iguais dos Cárpatos do Sul (norte) e do Danúbio (sul). Craiova é a cidade comercial mais importante a oeste de Bucareste.
Craiova, que ocupava o lugar da cidade da Dácia e romana Pelendava, foi em tempos a capital da Oltenia.
Em 1395, Craiova foi o lugar da vitória do Príncipe da Valáquia, Mircea I contra Baiazid I, Sultão dos Otomanos. (Batalha de Rovine)
Frequentemente referida como uma “cidade” a partir da segunda metade do séc. XVI, a área de Craiova foi sempre vista como uma região económica importante da Valáquia e Roménia.
Durante o reinado do Príncipe Emanuel Giani Ruset, a capital da Valáquia mudou-se para Craiova (1770-1771), considerada como um lugar de refúgio durante a guerra Russo-Turca de 1768-1774. Uma grande parte da cidade foi destruída pelo paxá rebelde, Osman Pazvantoğlu, em 1800.
Durante as primeiras duas décadas do séc. XIX, Craiova assistiu a uma grande evolução económica assente em trabalhos artesanais e serviços públicos.
Em 1832, existiam 595 lojas, das quais 197 eram barracas e 398 eram casas de tijolo.
Na altura, Craiova exportava trigo, pele, cabedal, animais vivos e outros produtos para os Impérios Austríaco e Otomano. Costache Romanescu, um cidadão de Craiova, esteve entre os líderes do governo Provisório durante a revolução Valaquiana de 1848. Os últimos dois governantes da Valáquia foram Gheorghe Bibescu e Barbu Dimitrie Ştirbei, provenientes de uma importante família boiarda (o grau mais alto das aristocracias moldava, valaquiana, búlgara e russa) residente em Craiova – a família Bibescu.

Por volta de 1860, existiam 4633 edifícios em Craiova: 3220 casas, 26 igrejas, 11 escolas e 60 fábricas e oficinas. Ao todo, a cidade também alojou cerca de 90 estabelecimentos industriais, dos quais 12 eram moinhos, 3 cervejeiras, 2 refinarias de gás e petróleo, 4 fábricas de curtumes e 2 gráficas; 57% do número total de artesãos do Condado de Dolj viviam em Craiova (1088 artesãos, 687 jornaleiros e 485 aprendizes).
O período a seguir à Guerra da Independência foi um tempo de progresso económico e cultural. Como resultado, no final do século XIX, a cidade de Craiova, com os seus 40.000 habitantes, tinha desenvolvido pequenas fábricas (produção de produtos químicos, maquinaria agrícola, materiais de construção) e fábricas de têxteis. A 26 de Outubro de 1896, a central eléctrica de Craiova entrou em serviço (com equipamentos AEG trabalhando em 310 CP, fornecendo 365 luzes em 39 ruas, formando uma rede de 30 km); Craiova foi a primeira cidade do país a ter electricidade gerada por motores de combustão interna.
Em 1900, Craiova tinha 43,1% das unidades industriais da Oltenia, contando-se 924 empresas industriais (incluindo 20 grandes estabelecimentos industriais, empregando 1078 trabalhadores). O número de grandes estabelecimentos industriais aumentou para 40, em 1925. As transacções bancárias também desenvolveram, no início do século XX (quando 6 bancos e 2 balcões de câmbios já estavam a trabalhar).
No período entre guerras, Craiova, como o centro de uma região agrícola, teve pouco desenvolvimento industrial e o número de trabalhadores da indústria permaneceu relativamente pequeno.
Em 1939, Craiova tinha 7 unidades industriais com mais de 100 trabalhadores: as empresas industriais de pano “Oltenia” e “Scrisul Românesc” eram bem conhecidas em todo o país e no exterior.
Depois de 1960, sob o regime comunista, a cidade tornou-se um centro importante da indústria automóvel e de motores, bem como de indústrias aeroespacial, química, alimentar, construção, engenharia eléctrica, indústria mineira e do sector da electricidade.
A Revolução de 1989 trouxe o restabelecimento de um mercado livre e a descentralização na gestão global. Várias indústrias foram privatizadas e o mercado abriu-se a iniciativas privadas. A indústria, embora afectada pelas mudanças económicas, continua a ser um importante ramo, o que representa cerca de 70% do rendimento de Craiova.
A cidade tem vários parques e uma fonte musical e aqui a malta nova diverte-se a fazer uma flash mob. Sabem o que é?

População:
O município de Craiova tem uma população de 302.601 (2002).

Composição étnica:
Romenos: 292.487 (96,66%)

Húngaros: 218 (0,07%)

Alemães: 173 (0,06%)

Sérvios: 34 (0,01%)
Romani: 8,820 (2,91%)
Italianos: 178 (0,06%)
Gregos: 188 (0,06%)
Ucranianos: 32 (0,01%)


Figuras de relevo:
Constantin Argetoianu – ex-Primeiro Ministro
Corneliu Baba - pintor
Gheorghe Bibescu - antigo Príncipe da Valáquia
Lola Bobesco - violinista
Adrian Cioroianu - historiador, político
Constantin Coandă – ex-Primeiro Ministro
Nicolae Coculescu - astrónomo
George Constantinescu - cientista, engenheiro e inventor
Dimitrie Gerota - anatomista e médico Titu Maiorescu - antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Primeiro Ministro
Ludovic Mrazek - cientista
Jean Negulesco - cineasta e guionista (fez anos anteontem)
Eduard Prugovečki - físico, matemático
Constantin Sănătescu – ex-Primeiro Ministro
Francisc Şirato - pintor
Sabba Ştefănescu - professor de paleontologia na Universidade de Bucareste
Nicolae Titulescu - o único político que foi presidente da Liga das Nações duas vezes: em 1930 1931
Ion Ţuculescu - pintor
Nicolae Vasilescu-Karpen - engenheiro, pioneiro em telegrafia e telefonia
Varujan Vosganian - Ministro da Economia e das Finanças

2 comentários:

Anónimo disse...

o que é um páxá rebelde?




farraia

A Bruxa das PAPs disse...

Paxá - no Império Otomano, era o título não hereditário dos governadores e vizires, adoptado mais tarde por outros funcionários e dignitários civis ou militares. Para os árabes era um governador, um rei ou um título honorífico, dado a alguém importante.
Preciso de explicar o rebelde? Nesta altura em que todos os dias nos entram imagens de rebeldes pela porta dentro, vindos de revoltas um pouco por todo o mundo?