quinta-feira, 27 de março de 2008

Viva o teatro!

Dia Mundial do teatro 2008
Mensagem Internacional do encenador canadiano Robert Lepage

Existem muitas hipóteses para explicar as origens do teatro, mas a que mais me entusiasma tem a forma de uma fábula:
Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens reuniu-se numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira e contar histórias. De súbito, um deles teve a ideia de se levantar e utilizar a sua sombra para ilustrar a sua história. Utilizando a ajuda da luz das chamas, fez surgir nas paredes da pedreira personagens maiores do que a realidade. Os outros, maravilhados, reconheceram sucessivamente o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.
Nos dias de hoje, a luz dos projectores substituiu o fogo da alegria inicial e a maquinaria de cena, as paredes da pedreira. E com o devido respeito por certos puristas, esta fábula recorda-nos que a tecnologia esteve nas origens do teatro e que não deve ser entendida como ameaça, mas como elemento aglutinador.
A sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade de se reinventar, integrando novas ferramentas e novas linguagens. Pois, como poderia continuar a ser testemunha dos grandes temas do seu tempo e promover o entendimento entre os povos se não desse, ela própria, provas de abertura? Como poderia gabar-se de oferecer soluções para os problemas da intolerância, exclusão e racismo se, na sua própria prática, recusasse toda a mestiçagem e toda a integração?
Para representar o mundo na sua complexidade, o artista deve propor formas e ideias novas e confiar na inteligência do espectador capaz de, por si, distinguir a silhueta da humanidade neste perpétuo jogo de sombra e luz.
É verdade que, por muito ter brincado com o fogo, o homem corre o risco de se queimar, mas ganha também a hipóteses de espantar e iluminar.


Robert Lepage (encenador)
Québec, 17 Fevereiro 2008
Tenham um bom Dia Mundial do Teatro!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Toda a Bruxa que se preza...

...tem um gato preto. Este não é da Bruxa mas de uma amiga ex-ruiva. Ora digam lá se não é uma imagem sensacional?
Não sei se não a ponha a concorrer ao Fantástico Concurso de Fotografia...

Contactos internacionais



A Bruxa vai viajar.

Pois é... amanhã de madrugada, a Bruxa vai-se para terras da velha Albion. Claro que, e tal como prometido, não sem antes deixar aqui neste espaço a mensagem internacional para o Dia Mundial do Teatro.

A jornada é curta, não se preocupem: na próxima terça, a Bruxa está de volta para, finalmente, se atirar de alma e coração aos vossos trabalhos. Claro que a Bruxa espera que, quando regressar, a sua caixa de correio esteja atulhada de todos aqueles mini tratados de bruxaria que alguns aprendizes se esqueceram de lhe enviar. Hmmm... wishful thinking!

Até lá, tenham um bom resto de férias!

Grandioso Concurso - mais um desafio!





Como há muito tempo que não há novos desafios do Grandioso Concurso de expressões diabólicas e uma vez, estando de férias, estão todos mais descansados, aqui fica mais uma proposta. Não se esqueçam, a solução tem de incluir a palavra Diabo e as respostas são para ser enviadas para a Barca de Caronte.


Cá vai então:



Quando a vida de uma pessoa é muito dura e se passa por grandes dificuldades, diz-se que ela faz o quê?????



Dentro desta lógica de exercício de ginástica mental, aqui ficam mais dois exercícios: uma paisagem e um desafio ao vosso saber sobre teatro. Atenção! Esta ligação vai ter a um problema que já foi proposto, uma vez que o Instituto não atribuiu endereços diferentes a cada desafio. Por isso, procurem por favor, na coluna da esquerda, onde diz Teatro. É a proposta de hoje!

terça-feira, 25 de março de 2008

Olhos luminosos numa grande actriz

Zita Glória Duarte Silva foi uma estrela do TEC. Nasceu aqui em Cascais a 17 de Fevereiro de 1944. Foi uma das fundadoras da companhia do Teatro Experimental de Cascais, juntamente com Carlos Avilez (encenador da companhia), em 1965. Aqui se manteve até 1975, tendo regressado anos mais tarde para continuar uma sucessão de trabalhos que alternaram entre a comédia, a tragédia e outros géneros.
Esopaida de António José da Silva (1965), A Maluquinha de Arroios de André Brun (1966), Fedra de Racine (1967), Bodas de Sangue e Casa de Bernarda Alba (Madalena) de Frederico Garcia Lorca (1968), Ivone, Princesa de Borgonha, de Gombrowicz (diz quem viu que foi um espectáculo memorável), Acto sem Palavras, de Samuel Beckett foram algumas das muitas peças que Zita representou com o TEC. Trabalhou com várias companhias como a Casa da Comédia, Cornucópia, Teatro Nacional, Empresas Vasco Morgado e ContraRegra. No arquivo do CETBase encontrarão (quase) toda a informação...


(A Zita é o/a barbudo/a da extrema esquerda)


Teve ainda uma extensa participação no cinema: A Ilha dos Amores (1982), Ninguém Duas Vezes (1985), Rosa Negra (1992), Requiem (1998) … e ainda participou nalgumas series de televisão. Escreveu e produziu episódios da série Mata e Esfola (1979). Foi vencedora do prémio para melhor actriz, em 1985, no Festival de Cinema de Rimini, com o filme Jogo de Mão (1984).
Zita dedicou a sua vida à representação no palco e à frente das câmaras. Com isto, foi reconhecida como uma das melhores actrizes portuguesas de sempre. Foi ainda professora da Escola Profissional de Teatro de Cascais. Morreu a 14 de Janeiro de 2000, vítima de um cancro, com apenas 56 anos.
Como homenagem à personalidade que Zita foi para o teatro português, o seu nome foi atribuído a um prémio que todos nós conhecemos, o prémio Zita Duarte da Escola Profissional de Teatro de Cascais, que recebem os dois alunos que tiveram melhor aproveitamento artístico no ano anterior ao da atribuição. E, para quem não saiba ou não tenha reparado, o seu nome foi também atribuído a um dos pavilhões da escola.



Da nossa correspondente Lia.



NOTA da Bruxa: A Zita era uma personalidade luminosa. Tinha uns grandes olhos, muito expressivos, um olhar claro, um belo sentido de humor, gostava imenso de gatos e… vinha para a escola de mota. Era impossível chegarmos ao pé dela e não nos tornarmos seus amigos…

segunda-feira, 24 de março de 2008

Uma contribuição... esquelética!



Título: Capela dos Ossos

Tema: Aquele que sobra para quem não se conseguiu inserir nem em Cascais nem em Teatro

Descrição: A Capela dos Ossos, em Évora, é toda revestida por vários ossos do corpo, dando destaque aos crânios que são os mais fáceis de reconhecer. Esta Capela foi criada para mostrar aos mortais que a vida na terra é efémera, que no fim estaremos todos juntos e que teremos todos o mesmo valor.
À porta, pode ler-se, gravada na fachada, a frase "Nós, ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos".

Palavras para quê? A autora exprimiu-se com toda a clareza...

Da nossa correspondente Sofia que, a propósito, publicou mais umas quantas imagens desta série...

Os ex-aprendizes andam animadíssimos!

E estão a mexer-se muito bem! Ora aqui vai a informação de mais um expectáculo da responsabilidade de vários dos nossos ex-alunos. É em Lisboa, ao pé do Colégio Militar e deve ser o único espectáculo em cena em Lisboa em que a equipa de cenografia é maior do que tudo o resto!
Ora então, cá ficam as informações:
O GRUPO DE TEATRO DE CARNIDE apresenta em parceria com a ESCOLA ANTÓNIO ARROIO

"NÓ NA GARGANTA" de MIGUEL BARROS

SINOPSE:
"Um quadrado. Quatro vértices que se relacionam amorosamente… A ama B! B ama C! C, por sua vez, ama D! D ama A! Ah!!! Seria mais fácil se fosse um triângulo amoroso, não fora serem 4… Então é, definitivamente, um quadrado amoroso!
A construção do quadrado é iniciada no liceu. É um quadrado repleto de afectos de múltiplas cores, paixões misteriosas e de experimentação da sexualidade, que se desmorona, mais tarde, pelo afastamento de um dos vértices.
A forma geométrica não foi alterada com a chegada de um outsider, pois uma atitude de recusa no grupo foi suficiente para outro afastamento.
Mais tarde, a morte desvenda os lados do quadrado; segredos que permaneceram até então congelados nas várias cumplicidades. Uma tentativa de equilíbrio feita pela palavra de Deus é proferida por um padre de virtude questionável. Um segredo não se pode contar a ninguém… só a uma pessoa… OK, a duas… pronto, a três. Mas assim já não é segredo…"
Pedro Caseiro e Pedro Dias

FICHA TÉCNICA
encenação PEDRO CASEIRO PEDRO DIAS
assistente de dramaturgia LUÍS VIRGÍLIO
elenco ANA RAMOS, DÉBORA GHIRA, JOÃO GUALDINO , JOÃO VILAS, ROSSANO GHIRA
produção executiva GONÇALO FERREIRA
cenografia, adereços e gurada-roupa ALUNOS DA TURMA G DO 12º ANO DA ESCOLA ANTÓNIO ARROIO DA ESPECIALIZAÇÃO EM REALIZAÇÃO PLÁSTICA DO ESPECTÁCULO - ANO LECTIVO 2007/2008 - ALICE MATOS ANA ROCHA ANA RIBEIRO BEATRIZ DE MATOS FILIPA MARIANO INÊS FRANCO INÊS ROCHA IOLANDA OLIVEIRA JOANA ALMEIDA JOANA MELO JOANA NABAIS JOANA CRUZ LUÍSA MARTINS MARIANA SOARES MARTA DO VALE MIGUEL BENTO RITA SIMÕES RITA NEVES RODOLFO BRITO SARA BATALHA SÍLVIA ALEXANDRE SUSANA MARQUES
desenho de luz FRANCISCO LOUREIRO NUNO SAMORA
operação de som e luz NUNO SAMORA RICARDO GAGEIRO
contra-regra e bilheteira MÁRIO GUERRA
fotografia e design gráfico GONÇALO FERREIRA
desenho do cartaz RODOLFO BRITO
equipa do teatro de carnide:
carpintaria MESTRE ANTÓNIO SILVA
direcção artística JOÃO RICARDO
presidente da direcção PAULA GRANJA

agradecimentos CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
apoios JUNTA DE FREGUESIA DE CARNIDE CALBERGRÁFICA
LOCAL E DIAS DE ESPECTÁCULOS
Teatro de Carnide
28 de Fevereiro a 5 de Abril de 2008
Quintas, Sextas e Sábados, 21:30 horas

BILHETEIRA
Espectáculo para maiores de 16 anos
Adulto – 10 euros Jovens (dos 16 aos 25 anos), Seniores (maiores de 65 anos), Grupos >10 pessoas e profissionais do Teatro – 7,5 euros
INFORMAÇÕES E RESERVAS DE BILHETES . 934 496 107
BILHETES À VENDA NO LOCAL, EM DIAS DE ESPECTÁCULO, DAS 20:30 ÀS 21:30 HORAS
GRUPO DE TEATRO DE CARNIDE. AZINHAGA DAS FREIRAS. 1600-469 LISBOA. TELEFONE E FAX 217 161 958. teatro.carnide@gmail.com

Um, dois, três...


ex-aprendizes da escola ali para os lados da Amoreira estão a fazer um espectáculo de um autor que vocês não conhecem: Tchekhov. (?!) Que tal dar um salto até Alcoitão - é mesmo ao lado da escola - ver como é que eles se desenvencilharam? Vá lá, gente! Toca a apoiar o teatro que sai da nossa casa!
Informações úteis:
Morada : Rua 1ºJulho, nº 424, 2645-115 Alcabideche
Carreira do espectáculo : 22 a 30 de Março
Horário : de quarta-feira a sábado às 21h30 e domingo às 17h
Preço : €2,50 (Baratinho, ein?)
Para mais informações ou reservas contactar o 916 701 196 - Miguel Matias.

domingo, 23 de março de 2008

Páscoa temporã...

A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.



Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).


1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.

2) Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818.

Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.
A Bruxa deseja Boa Páscoa a todos os aprendizes...

sábado, 22 de março de 2008

Um Dia Mundial a seguir a outro...

A Bruxa não dá vazão a tanta comemoração! É verdade que só há 365 (este ano 366! Foi mais um de brinde...) dias no ano para chamar a atenção das pessoas para os problemas que nos afligem. Mas a coisa está difícil! Hoje é o Dia Mundial da Água. E vale a pena saber o que diz a mensagem que foi pensada para este dia. Como a Bruxa anda atarefadíssima e os dedos não dão para mais, desta vez, para poupar tempo e trabalho, foi roubar a informação ao Diário Digital. Isto não se faz, mas, dadas as circunstâncias, a Bruxa pensa que mais vale assim do que não dizer nada. Por isso, cá vai:


ONU lembra que a cada 20 segundos morre uma criança






Num comunicado divulgado por ocasião do Dia Mundial da Água, que hoje se assinala, e que este ano coincide com o Ano Internacional do Saneamento, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, destacou a importância de adoptar medidas em relação a uma crise «que afecta mais de uma em cada três pessoas no mundo».
Na mensagem, Ban Ki-moon lembrou que em cada ano 1,5 milhões de vidas de crianças perdem-se devido a algo que «perfeitamente se poderia prevenir».
Os «deficientes serviços de saneamento», conjugados com a «falta de água potável e uma higiene inadequada», são, segundo o responsável, factores que contribuem para o «terrível número de mortes a nível mundial».
«Para os que sobrevivem, as oportunidades de terem uma existência saudável e produtiva são diminutas. As crianças, especialmente as raparigas, não podem frequentar a escola, enquanto doenças relacionadas com a falta de higiene impedem os adultos de realizar um trabalho produtivo», lamentou Ban Ki-moon na mensagem.
O secretário-geral da ONU sublinhou também que a comunidade internacional ainda «está muito longe» de reduzir para metade o número de pessoas sem acesso a condições de saneamento básico até 2015, objectivos assumidos através dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, em 2000.
Segundo especialistas da ONU, 2,1 mil milhões de pessoas ainda vão carecer de serviços de saneamento básico em 2015, sendo que, ao ritmo actual, a África subsariana só alcançará esse objectivo em 2076.
Apesar de se terem registado progressos, Ban Ki-moon afirmou que os avanços têm sido dificultados pelo «crescimento demográfico, a pobreza generalizada, o investimento insuficiente e, sobretudo, a falta de vontade política».
«Se a comunidade internacional estiver determinada a agir, pode adoptar muitas medidas», frisou o responsável máximo da ONU, lembrando que, em 2005, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável daquela organização delineou medidas que visavam garantir progressos significativos, responsabilizando, em primeiro lugar, os governos dos países afectados. O apoio internacional para criar um ambiente político propício, à mobilização de recursos financeiros e à transferência de tecnologias para os países que delas necessitam foram outras medidas traçadas pela Comissão.
«Se aceitarmos o desafio, as consequências positivas irão além de uma melhoria do acesso a água potável. Estima-se que cada dólar que se investe em água e saneamento se traduz numa actividade produtiva no valor de sete dólares», disse Ban Ki-moon. «Isto sem contar os benefícios incalculáveis que a redução da pobreza, a melhoria da saúde e a subida do nível de vida representam», acrescentou.


E para pensarem melhor, ficam a saber que este ano, as comemorações portuguesas se desenrolam sobretudo em dois locais: em Évora, com direito a discurso de políticos e em Vila do Conde, onde os Ecoclubes/Portugal estão a organizar uma marcha “azul” a realizar, no dia Mundial da Água, em 22 de Março de 2008, a replicar em todas as localidades cujas escolas pretendam aderir a esta manifestação pela água.


"cada um é gota de água, juntos formamos corrente”


Com este projecto, os Ecoclubes pretendem, para além de sensibilizar a população para o facto de a água ser um bem essencial em risco de acabar, conjugar esta marcha com uma iniciativa semelhante noutros países da Europa (Espanha, Polónia e Alemanha), sensibilizando 100 pessoas a participarem na marcha em favor da água em cada localidade.



Turner, Pôr-do-sol sobre um lago



E, para terminar, que tal irem ver as do ano passado? Procurem aqui.

Fotografia diabólica!

Não, afinal esta fotografia não pode ir a concurso. Fica aqui, a pedido do nosso correspondente mas, como não foi tirada por ele, não pode ser considerada.
Título: Um verdadeiro devil

Enviada por um dos mais prolíficos colaboradores desta secção: Ricardo

Fantástico Concurso

Continuam a chegar as contribuições. Esta veio da nossa correspondente Recibos, concorre ao tema Teatro e chama-se...

sexta-feira, 21 de março de 2008

E já que é dia da poesia...

...que tal ler um poema?


Aqui vai um de prenda para vocês, que são aprendizes das palavras. É do velho amigo teatreiro Lope de Vega (1562-1635) e é um soneto. Ou seja, são catorze versos de boa poesia:

Desmaiar-se, atrever-se, estar furioso
áspero, terno, liberal, esquivo,
altaneiro, mortal, defunto, vivo,
leal, traidor, cobarde e animoso;

não ter, fora do bem, centro ou repouso;
mostrar-se alegre, triste, humilde, altivo,
agastado, valente, fugitivo,
satisfeito, ofendido, receoso;
fechar o rosto ao claro desengano,
beber veneno por licor suave,
olvidar o proveito, amar o dano;

acreditar que o céu no inferno cabe,
dar a vida e a alma a um doce engano:
isto é amor; quem o provou bem sabe.

O tradutor foi outro grande poeta: David Mourão-Ferreira

Mensagem do Dia Mundial da Poesia

O ano 2008 tem um significado especial para a poesia. As Nações Unidas proclamaram este ano como o Ano Internacional das Línguas. As línguas são a matéria da poesia e constituem a substância de que são feitos os poemas. Por isso, aos poetas, este ano dá ocasião de reflectirem e agirem sobre a extraordinária riqueza que a diversidade linguística oferece à sua arte.
As línguas são uma parte essencial da herança viva da Humanidade. No entanto, mais de metade das 6.700 línguas faladas no mundo está em risco de desaparecer e calcula-se que 96% das que existem sejam faladas por apenas 4% da população mundial.
A ameaça à sobrevivência dessas línguas significa que um número infinito de imagens, percepções e significados transmitidos pelas palavras se podem perder para sempre, em detrimento da diversidade linguística e do equilíbrio das suas comunidades de origem.
Há anos que a UNESCO trabalha para desenvolver um padrão de referência que dê resposta aos desafios da globalização na área da cultura. Para tal adoptou a Convenção para a Defesa do Património Cultural Intangível em 2003 e a Convenção para a Protecção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais em 2005, que proporcionam um conjunto unificado de medidas destinadas a limitar o risco de empobrecimento cultural e artístico que ameaça o mundo dos nossos dias. A sua acção acompanha e apoia os esforços de todos aqueles que trabalham na defesa e protecção da nossa herança cultural. Estes esforços só darão fruto enquanto parte integrante de uma acção internacional concertada, em que os poetas têm lugar por direito.
Convido por isso toda a comunidade de poetas a, ao longo deste ano, unir os seus esforços na defesa da poesia sob todas as formas e em todas as línguas, em especial, nas línguas em perigo.

Koïchiro Matsuura


Director-Geral da UNESCO

quinta-feira, 20 de março de 2008

A primeira estação do ano!



Spring, Printemps, ir-rebbiegha, Primavera, Bron, Frühling, pranverë, رَبِيع, balAGgaka...




Enfim, Primavera: flores, sol (hmmmm....), passarinhos e coisas desse género.
É oficial: a Primavera, este ano, começa hoje, por voltas da 10 da manhã.





Ora então: boa Primavera para todos vocês!

Parabéns a você...

Hoje faz anos a escritora Alice Vieira. Começou a vida a estudar Filologia Germânica, mas rapidamente se dedicou ao jornalismo e trabalhou, por exemplo, no Diário de Notícias e na revista Máxima. Anos mais tarde, mudou outra vez de rumo e começou a escrever livros para jovens. Estreou-se nestas andanças com Rosa, Minha Irmã Rosa, (1979) que, a propósito, celebrou em 2004 vinte e cinco gloriosos anos.


Com a chancela da editorial Caminho escreveu muitos e muitos títulos, para crianças, jovens e adultos. De certeza que já todos – ou quase – os aprendizes leram um dos seus livros. Ora pensem lá bem…
Colaborou ainda em programas de televisão, fez crítica de obras infanto-juvenis para diversas publicações. As suas obras estão traduzidas em várias línguas e foram distinguidas com vários prémios. Além de continuarem a ser campeãs de vendas em Portugal.
Retomando uma costela esquecida de professora, Alice Vieira percorre o país, de escola em escola, em animadas sessões com alunos do ensino básico e secundário.
Nesta altura, alguns de vocês estarão a pensar: mas o que é que isto tem a ver com teatro?


Tem, pois tem… É que, em 1991, a Alice Vieira veio ao teatro cá ao burgo (vão ao dicionário!) e respondeu a um desafio do director de todos nós com… a peça Leandro, Rei de Helíria que vocês tão bem conhecem.





Mais tarde, a peça passou a chamar-se A Adivinha do Rei.

Por isso, força nesses pulmões, coloquem-me lá essas vozes no sítio e vamos cantar os parabéns!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma fotografia diferente...

Título: Um Lindo Pôr-do-sol, Cruz Quebrada
Tema: Livre

As contribuições continuam a chegar... Esta é da nossa correspondente Raquel.

Ciclo Troiano 2

Tema: Teatro
Título: O Fantasma.
Do nosso correspondente Ricardo.

Viagem entre Leiria e Lisboa

Luz ao Fundo do Túnel...

New World Order... Contribuições do correspondente Vidal para o tema... Cascais? Não! Já sei: livre.
Quem diria que os aprendizes se revelariam fotógrafos tão entusiasmados? Ora bem... a Bruxa vai ter dificuldades na escolha!

Ciclo Troiano

Tema: Teatro.
Do nosso correspondente Farraia.

Verdade seja dita, este exercício deu fotografias com uma bela cor!

Festa dos Pais...

Hoje é dia do Pai. Esta festa foi criada no início do século XX, como forma de complementar a celebração das mães, muito mais antiga. A ideia é comemorar a paternidade, o respeito devido à família e o reconhecimento do papel de uma paternidade responsável e carinhosa.



Não se celebra na mesma data em todos os países. Em Portugal, como em vários países católicos, escolheu-se o dia de S. José, pai terreno de Jesus: 19 de Março. Hoje. Na Roménia, por exemplo, comemora-se no dia 5 de Maio, na Rússia, no dia 23 de Fevereiro e no Brasil, no segundo domingo de Agosto. (Há mais alguma nacionalidade na escola ali para os lados da Amoreira? A Bruxa não sabe...)
Por isso, gente, 'bora lá fazer uma simpatia aos vossos respectivos pais...

Na antiga Babilónia, há mais de 4 mil anos existiu um jovem chamado Elmesu Moldou que esculpiu em argila o primeiro cartão de Dia do Pai. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Mas a festa não pegou, apesar de, ao longo da História existirem alguns rituais de homenagem à paternidade.

Aparente- mente, quem teve a ideia de prestar uma homenagem ao Pai tal como a conhecemos hoje, foi uma senhora norte-americana, Grace Golden Clayton, que terá sugerido ao pastor da sua paróquia que celebrasse um serviço em memória dos pais que haviam morrido na explosão de uma mina. Foram 361 homens, muitos deles pais e imigrantes recentes, vindos de Itália. Esse serviço teve lugar no dia 5 de Julho de 1908, na Williams Memorial Methodist Episcopal Church South.
No ano seguinte, outra mulher, Sonora Smart Dodd, achou também que seria importante para toda a gente reconhecer o papel e a importância do pai e de outras figuras parentais – tios, avós – na sua vida. Era filha de um veterano da Guerra Civil, William Smart, que enviuvara quando do nascimento do seu sexto filho. Sozinho com as seis crianças numa quinta no estado de Washington, tratou delas e criou-as. Foi só quando já era adulta que ela percebeu a força e generosidade de que pai precisara para os educar a todos naquelas condições.

O primeiro Dia do Pai foi então celebrado em 1908, nos Estados Unidos. Desde essa altura, a festa espalhou-se e é hoje celebrada em quase toda a parte, se bem que, como a Bruxa já disse, em datas variadas.
O Dia do Pai até tem página em português...

terça-feira, 18 de março de 2008

Não é hábito...

... da Bruxa publicar "pensamentos do dia" mas não resistiu a este...


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios... Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos..."

O segundo pai do teatro português

Almeida Garrett é uma das grandes figuras da literatura portugue- sa, um autor muito completo que inovou e deixou obras-primas na poesia, no teatro e na prosa. Foi pioneiro do Romantismo em Portugal, segundo pai do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna, orador e dramaturgo. Teve ainda uma importante actividade como jornalista e ensaísta e foi uma figura de destaque da política nacional do século XIX.
Nasceu no Porto no dia 4 de Fevereiro de 1799, no seio de uma família burguesa com tradição comercial e proprietária de terras em Gaia e nas ilhas açorianas. Recebeu desde criança uma sólida formação moral, cívica, religiosa e escolar.
Em 1808, na sequência das invasões francesas, a família refugia-se nos Açores, onde inicia a aprendizagem do latim, do grego, da retórica e da filosofia, sob orientação do tio paterno D. Frei Alexandre da Sagrada Família, bispo de Angra, homem de vasta cultura e ele próprio escritor. Com ele, sobretudo, adquiriu uma sólida formação literária e teve contacto com os ideais de Voltaire e Rousseau, que lhe ensinaram o valor da liberdade numa educação clássica e iluminista.
Com 17 anos, regressa a Portugal e ingressa na Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra, onde se tornou um forte adepto do liberalismo por influência dos ideais da Revolução Francesa. Pelo seu papel activo nas lutas liberais, num período de instabilidade, por duas vezes foi forçado ao exílio. Primeiro em Inglaterra e depois em França, contactou com a literatura estrangeira e com o movimento romântico, que começava a ganhar força na Europa.

Na literatura é tido como o introdutor do Romantismo em Portugal, processo que iniciou com o poema Camões (1825), e como fundador dos alicerces do romance moderno português, com uma linguagem mais próxima da oralidade, a criação de diálogos virtuais com o leitor, a exaltação da liberdade e do nacionalismo e a denúncia dos problemas sociais.
Aderiu ao Romantismo principalmente enquanto afirmação plena do individual e da liberdade de criação. Por isso troçou tanto das regras clássicas como românticas, e mistura nas suas obras vários géneros e estilos literários. Garrett é um homem situado entre dois mundos: por um lado o iluminismo e o neoclassicismo, por outro o romantismo, o que levou a tensões entre o sentimento e a razão, o particular e o universal, a tradição e o progresso. Em todos os domínios teve uma atitude de meio-termo exemplar: equilíbrio na política, entre liberdade e ordem, renovação e tradição; equilíbrio na cultura, entre o popular e a erudição, entre nacionalizar e abrir Portugal à cultura europeia, entre idealismo e atenção ao real, entre espontaneidade e apuro estético.
Enquanto político é de destacar o seu papel como inspector-geral dos teatros, uma espécie de ministro do teatro encarregue de reorganizar o teatro em Portugal. Garrett tomou três medidas fundamentais para esse fim: elaborou o projecto para a construção de um teatro nacional (D. Maria II), criou um Conservatório de Arte Dramática e organizou concursos literários como incentivo à escrita teatral.
Garrett contribuiu ainda com todo o seu reportório dramático, marcado por privilegiar a história nacional (salientando-se a sua obra-prima Frei Luís de Sousa, 1843). Mas foi com Um auto de Gil Vicente (1838) que Garrett ressuscitou o teatro português. Uma peça emblemática de um novo teatro em Portugal, que pega na figura mítica de Gil Vicente em jeito de homenagem ao pai do teatro português. Uma característica muito importante desta peça, que se alargou a todas as peças futuras, é o historicismo de Garrett, um aspecto fundamental de todo o teatro português do século XIX. O historicismo de Garrett teve tal influência, que fez surgir uma moda que gerou centenas de dramaturgos pós-garrettianos. Foi assim, justamente considerado o 2º pai do teatro português.
Garrett... para quem o teatro era “o livro dos que não têm livros”, “uma verdadeira biblioteca popular, que deve ser feita com mais escrupulosa selecção do que qualquer outra, porque tem mais leitores e em geral menos instruídos”, queria que o teatro fosse “o grande meio de civilização”.
Morre em Lisboa aos 55 anos, mas pelo seu génio, pelas inovações que trouxe e que abriram novos rumos aos autores que se lhe seguiram, conservará para sempre o seu lugar na história da literatura portuguesa.



Da nossa empenhada correspondente

segunda-feira, 17 de março de 2008

Fantástico Concurso - Teatro
























E cá temos mais uma contribuição para o Fantástico Concurso de Teatro: "Teatro em Crise".

Alguém sabe quem está por trás da máscara?

A Bruxa sabe mas não diz...

sábado, 15 de março de 2008

Aprendizes viajeiros




Alguns aprendizes foram até Coimbra. Correu bem, a viagem?
E o jantarinho?
É simpático o hotel, não acham? A Bruxa é fã!