sábado, 2 de fevereiro de 2008

Outros carnavais...

A celebração a que hoje damos o nome de Carnaval tem origem em tempos pré-tudo o que vocês possam imaginar: quando os homens começaram a depender da agricultura e a verificar o carácter cíclico das estações, começaram também a pedir ajuda às forças da Natureza. E há-de ter sido por essa altura que começou o que se veio a definir como uma espécie de negócio na tentativa de estabelecer um tratado de não-agressão entre a Natureza, a Terra e o Homem. Por isso, depois de agradecidas as colheitas lá para os idos de Novembro e prestes a precisar que a Terra irrompesse de novo em fruto na Primavera, os homens terão organizado festejos em que, por um lado, tentavam enganar o cansaço e a fome no final de um Inverno já longo, ao mesmo tempo que pediam à terra que, uma vez descansada, se dispusesse de novo a produzir o necessário alimento.
Enfim... voltas e reviravoltas mais tarde, encontramos os gregos a celebrar as Grandes Dionisíacas, os romanos as Saturnálias em Março , os hindús a Holi em Fevereiro-Março, entre outros povos e celebrações, tudo festas relacionadas com a fecundidade.
Quando a Igreja cristã tomou conta do mundo ocidental e quis cristianizar o calendário (voltaremos ao calendário lá mais para a frente!), tentou atribuir significados relativos à vida de Jesus e celebração da fé cristã às várias festas que se distribuíam pelo ano todo e que, na maior parte dos casos, vinham já das religiões primitivas, ligadas ao culto da Natureza. Tentou, tentou, deu voltas e mais voltas... e conseguiu mudar quase tudo excepto... excepto esta festa desgarrada no meio do Inverno. Assim, seguindo o ditado popular que diz “se não podes vencê-lo, junta-te a ele”, decidiu que iria permitir dois ou três dias de festa desbragada antes dos rigores da Quaresma, que tudo lavaria das almas pecadoras antes de chegado o momento alto do calendário cristão: a Páscoa.
Era a única altura do ano em que a máscara – invenção e artifício do demónio – era permitida, precisamente para permitir aos foliões escaparem ao castigo que as suas acções poderia acarretar. Era também a altura em que a hierarquia se invertia e senhores viravam servos, e servos senhores.
A verdade é que o Carnaval se manteve e desenvolveu e hoje, a par com celebrações mais antigas e ainda ligadas a essas primeiras festas, se transformou numa imensa festa de cor, alegria e... muita música. Apesar de estar ainda muito frio na Europa e de, muitas vezes, chover nesses dias, a verdade é que há muita gente que não se furta a saltar para a rua em... pouca roupa, se for caso disso, e dançar durante os três dias do Carnaval.
Nos próximos dias, a Bruxa levá-los-á a conhecer alguns carnavais portugueses menos conhecidos.

7 comentários:

Anónimo disse...

olha não sei como esta a ser o carnaval dos pequenos aprendizes a demonio, mas o meu esta a ser bem bom! ok, muito chuva muito frio mas eu ponho o pe na rua vou sambando e logo tudo aquece. esta a ser 5brasas msm.

divirtam-s

A Bruxa das PAPs disse...

Ainda bem que anda divertido! Lá mais para o fim das festas, a Bruxa dá-lhe uma mezinha contra as constipações. Só é pena o seu teclado não ter acentos...

joaofarraia disse...

opa mas porque é que eu nao nasci no tempo das grandes dionisiacas!
tinha que aparecer um senhor chamado jesus para estragar tudo!
opa assim nao vale...

Gaius disse...

Ao contrário do Farraia, gosto muito mais das saturnálias... Ai os romanos, eles sim sabiam o que é viver a vida! Eu de certeza fui romano na outra vida!

A Bruxa das PAPs disse...

Claro que foi! É César, não é?

Gaius disse...

Augusto!!

a rapariga disse...

lol
Este César é um prato!