Chapéus há muitos, seu palerma!

Se houve alguém que marcou o teatro português do século XX, esse alguém foi Vasco Santana. Foi actor de teatro, teatro revista, cinema, e rádio.
Vasco Santana nasceu em Benfica, Lisboa, a 28 de Janeiro de 1898. Era filho do encenador Henrique Santana.
Frequentou a Escola Nacional de Belas-Artes e o Conservatório Nacional e, a partir daqui, a sua carreira ganhou um rumo muito positivo e crescente.
A sua primeira actuação em teatro foi em 1917 com a peça O Beijo, de Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa, que subiu à cena no teatro Avenida, em Lisboa.
A partir daqui, Vasco Santana torna-se um grande cómico não só de teatro mas também de cinema. Tornou-se célebre com o filme Canção de Lisboa ao lado de Beatriz Costa e António Silva, em 1933, com quem voltou a contracenar no célebre Pátio das Cantigas de 1942.

Este filme marcou sem dúvida a imagem de Vasco Santana. Tem momentos inolvidáveis como o monólogo com o candeeiro (gravado numa casa no largo da Graça em Lisboa), e os diálogos com António Silva que continham imensos trocadilhos, que deram origem a frases tão célebres como “Ó Evaristo, tens cá disto?”, destacou-se também no filme O Pai Tirano, em 1941, contracenando com Ribeirinho.
Trabalhou muito no teatro S. Luís onde fez parte dos melhores cartazes de peças ali exibidas. Vai ao Brasil em tourneé com as companhias com que trabalhava.
Vasco Santana dedicou-se muito à rádio também, onde criou personagens como, o Zéquinha, da série O Zéquinha e o Lélé, 1947/48.

Marcou muito o público português pela sua autenticidade e singularidade. Não é possível falar de teatro em Portugal sem referir o notável Vasco Santana.
Acaba por nos deixar a 13 de Junho de 1958.

Este texto foi-nos enviado pelo nosso correspondente Ricardo, mas a Bruxa não pode deixar de acrescentar uma nota de saudade pelo espantoso Vasquinho da Anatomia, companheiro de tantas tardes de Domigo, e que dá o título a este post. Vão ver os filmes...