sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

25 de Janeiro

... de 2008 (este é uma homenagem ao Imperador...)

A ópera Das Märchen, do compositor Emmanuel Nunes, que estreia no dia 25 no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, será transmitida em directo para 14 cine-teatros portugueses com uma perspectiva de 11 mil espectadores.

Na conferência de imprensa de apresentação desta primeira ópera de Emmanuel Nunes, a ministra da Cultura afirmou que a transmissão de Das Märchen insere-se na "missão de serviço público" do São Carlos de "descentralizar a cultura e formar novos públicos".
"É um grande esforço de abertura da ópera contemporânea à comunidade", disse Isabel Pires de Lima, que considerou esta estreia uma "data histórica para a ópera em Portugal".

Das Märchen, uma ópera contemporânea composta por Emmanuel Nunes a partir de um texto de Goethe, será interpretada em alemão e transmitida em ecrãs gigantes, com legendas, em teatros municipais no continente e ilhas.
"É a primeira vez que há esta abertura à sociedade civil e pela primeira vez outros públicos de todo o país vão ter acesso à ópera", sublinhou Pedro Moreira, o director da Opart, a empresa que tutela o São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado.
Esta ópera, que é considerada o ponto alto da presente temporada lírica deste teatro nacional, foi uma encomenda do São Carlos, Casa da Música e Fundação Calouste Gulbenkian ao compositor português e tem um orçamento de cerca de um milhão de euros.
Além dos 14 intérpretes principais, entre os cantores Silja Schindler, Chelsey Schill e Luís Rodrigues e os actores Tilo Wagner e Anna Katharina Rusche, Das Märchen contará com a participação do Remix Ensemble, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Coro Teatro Nacional de São Carlos e um corpo de dez bailarinos.
Com uma produção marcadamente europeia, a encenação está a cargo de Karoline Gruber, a coreografia é de Roy Spahn e a cenografia de Mechthild Seipel.
O director artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Christoph Dammann, classificou Das Märchen como uma "obra-prima" e um exemplo do que é o futuro da ópera europeia.
"Em vinte anos fiz muitas produções contemporâneas, mas esta ópera não se pode comparar. É uma experiência única poder partilhá-la com uma audiência em todo o país", disse Christoph Dammann.
Apesar de ser uma ópera complexa, contemporânea e interpretada em alemão, o secretário de Estado da Cultura alertou que "é preciso ultrapassar preconceitos de que só há elites em Lisboa ou no Porto e que só o público do São Carlos está preparado para uma ópera difícil".
"É o público que não tem cânones dentro da cabeça que está mais aberto à novidade", disse Mário Vieira de Carvalho.

Das Märchen terá três récitas (25, 27 e 29 de Janeiro), mas apenas a estreia será transmitida em Ponte de Lima, Porto, Vila Flor, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Torres Novas, Portalegre, Estremoz, Beja, Faro, Açores e Madeira.
Os teatros municipais e espaços culturais que transmitirem a ópera terão autonomia para decidir se será de entrada gratuita ou paga.
Das Märchen (O Conto), que está a ser ensaiada há várias semanas, tem como cenário um rio em cujas margens vivem personagens distintas, como a Bela Lília, o Homem com a Lâmpada, o Gigante, quatro reis, dois fogos-fátuos, um Príncipe e uma Serpente Verde que se transforma em ponte para ligar as duas margens.
Segundo a sinopse, todas as personagens estão enfeitiçadas, vão metamorfoseando-se ao longo da ópera até chegarem "a uma existência livre e plena".

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