quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

24 de Janeiro...

... de 1836, estreia-se em Lisboa, no Teatro do Salitre, a obra Napoleão Bonaparte no Egypto. Esteve em cena até 11 de Novembro do mesmo ano. Reinava D. Maria II que, no dia 1 de Janeiro desse mesmo ano, casara por procuração com um príncipe alemão - o futuro rei D. Fernando II, responsável, entre outras coisas, pelas obras no Palácio da Pena e construção do Parque da dita Pena.O Teatro do Salitre tem desde sempre sido referido como um parente pobre da arte dramática. Edificado em 1782, possuía "lotação para 900 espectadores, distribuídos por 21 frisas, 27 camarotes de 1ª ordem, 22 de 2ª, 207 lugares de plateia, 147 de superior, 120 de geral e 60 nas varandas." Também conhecido como Teatro das Variedades, funcionava com regularidade. Durante parte do século XIX, apresentou grande variedade de espectáculos: ópera, tragédia, drama, comédia, farsa, mágica, vaudeville, variedades, bailado, música, ginástica, equilibrismo, malabarismo, ventriloquia, prestidigitação, fantoches e até feras amestradas.
A revista Ocidente de 15 de Setembro de 1879 diz que ao Teatro do Salitre havia ligada uma praça de arlequins que "proporcionou horas de gozo inefável à flor da geração que hoje aí morre de tédio, saudosa daquelas lutas entre cristãos e mouros, que depois de uma dança pírica acabavam sempre à pancada uns aos outros, morrendo como era de justiça todos os mouros, para sossego da consciência do empresário [do Teatro] e maior glória da religião do reino".

Ora digam lá à Bruxa onde é que hoje haverá um espectáculo que mereça crítica tão favorável? Era [também] assim, o teatro em Portugal...



VASCONCELOS, Ana Isabel, O Teatro em Lisboa no Tempo de Almeida Garrett, Lisboa, MNT, 2003. P. 29

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