quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

23 de Janeiro

... de 1799 - Canta-se no Teatro de S. Carlos a primeira ópera do grande compositor português Marcos Portugal, intitulada: La Donna di genio volubile.

Do mesmo autor, no mesmo teatro e no mesmo ano, cantam-se ainda as óperas Rinaldo di Aste e Il Barone Spazzacamino.
Marcos Portugal nasceu em Lisboa no dia 24 de Março de 1762 e morreu no Rio de Janeiro em 7 de Fevereiro de 1830. Foi um compositor de imenso sucesso quer em Portugal, quer um pouco por toda a Europa. Viu obras suas serem representadas em Parma, Veneza, Roma, Milão e Bolonha, entre outras cidades. Regressou a Portugal, de onde saíra em 1791, em 1799. Acompanhou a corte que fugiu dos exércitos de Napoleão e foi para o Rio de Janeiro. Ali trabalhou ainda mas teve três ataques de paralisia e acabou por morrer.
Foi autor de centenas de obras pequenas como árias, duetos, obras sacras e escreveu quarenta óperas, muitas delas de boa reputação europeia.

4 comentários:

Gaius disse...

E muito pouco conhecidas pelos portugueses em geral, creio eu! E já agora, se o senhor era português porque é que ele fez uma ópera com um nome italiano??

A Bruxa das PAPs disse...

Boa pergunta, caro Imperador! A ópera, tal como a conhecemos nasceu com um senhor, Monteverdi, que era italiano. O que deu como consequência que, na altura em que Marcos Portugal viveu, o modelo a seguir era o italiano. Além do mais, a ópera queria-se um espectáculo internacional, e se leu o artigo com atenção, as obras dele foram representadas por toda a Itália. O "bel-canto" para ser verdadeiramente belo, segundo a convenção, era em italiano.
A Bruxa gostou da pergunta e promete voltar à ópera mais lá para a frente e explicar mais umas coisinhas.
Mais uma nota: amanhã estreia no Teatro de S. Carlos, a primeira ópera do compositor português Emanuel Nunes. E sabe em que língua é? Alemão. Chama-se «Das Märchen» e vai ser transmitida em directo para 11 cine-teatros em todo o país.

Gaius disse...

Eu só tenho pena de não ter cá vindo com antecedência... Adorava ter ido a esta ópera! Eu nunca fui a uma ópera e faço muito pouca ideia de como seja. Agora eu já percebi o porque da língua italiana na ópera. Mas, no que toca a história das artes, eu sempre tive muita pena de não haver grandes influências portuguesas no âmbito artístico europeu... Posso estar errado!

A Bruxa das PAPs disse...

Caro Imperador!
Os portugueses não podem deitar a mão a tudo! Ou bem que vão "dar novos mundos ao mundo", ou bem que cantam para embalar o mundo já descoberto! Somos poucos e não damos para tudo... Mas tem razão: a influência da arte portuguesa no mundo não é assim tão grande. A nossa maior exportação nesse campo foi sempre um tema e não uma forma: estou a falar daquela Inês que arranjou maneira de ser degolada, lá para os lados de Coimbra. Essa sim, teve uma verdadeira carreira internacional! Um dia, a Bruxa fala nisso...